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TOLERÂNCIA ZERO 02

TOLERÂNCIA ZERO 02

 

Eu, dos sete aos doze anos, ganhei muito dinheiro. Quando eu digo muito dinheiro, devo dizer antes, que o equivalente a R$ 5,00 hoje, naquele tempo, para mim e para o meu poder aquisitivo, era muito dinheiro. Dava pra comprar muita bala, pirulito, chicletes... que era o sonho de consumo da molecada. Ah, já ia esquecendo, sabe com que eu ganhava “muito dinheiro”? Lendo e escrevendo cartas. Longas cartas de conterrâneos que tinham migrado para o Sul/Sudeste em busca de recursos, alfabetização... uma vida diferente. Repito, naquela época e naquele lugar, poucas pessoas eram alfabetizadas. Eu tive o privilégio de ser alfabetizado muito cedo. Aos quatro anos já sabia ler (Graças ao mestre RAIMUNDO SOUZA). Com quantos anos aprendi a escrever, não sei, mas foi logo, de modo que lia as cartas que chegavam e escrevia as respostas. Era aí que recebia as pagas, os agrados. Cresci, o mundo cresceu, evoluiu. Eu não evolui com a mesma velocidade, mas venho acompanhando essa evolução. Vi chegar a tecnologia e com ela o telefone, a Internet, o celular... e é justamente do celular que eu quero falar, quando ele surgiu, era somente pra chamada de voz, depois recebia e enviava texto. Curto. SMS (Short Message Service), era pra texto curto, tanto que muitas palavras, eram abreviadas, codificadas como nos telegramas, de um tempo mais remoto ainda. Pois bem, aí, com o desenvolvimento tecnológico, hoje você pode mandar um jornal por mensagem. Com todas palavras escritas por extenso, toda pontuação necessária... Ou mandar áudio, se não quiser, ou puder escrever um texto longo. Mas mesmo assim, com toda essa praticidade, ainda tem gente que em vez de mandar um bom dia, boa tarde, boa noite... qualquer saudação, por escrito, ou por áudio (aqueles que não sabem escrever), mandam é EMOJIS, FIGURINHAS... Esses absurdos! Mas isso também, é culpa da tecnologia que criou isso. Seja de quem for a culpa, eu não tolero. Pronto falei!

 

S. Paulo, 15/10/2025


 
 
 

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