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OS CARBONÁRIOS
Na minha ITIÚBA, lá no meu Urubu e região todo mundo falava, que o menino do RAIMUNDO (No caso eu, o neto do MESTRE RAIMUNDO SOUZA), era sabido. Alarme falso. Sabia ler, escrever, algumas operações de aritmética, quantos ossos tinha o corpo humano, o nome de alguns filósofos gregos, quem descobriu o Brasil... mas não sabia que o Brasil estava coberto por um regime ditatorial, que eu estava crescendo sobre uma ditadura. Melhor, eu nem sabia o que era ditadura, o que era regime
cordeiropoeta
19 de nov.2 min de leitura
CRÔNICA PARA O PADRE TICÃO OU CARECENTES 03
CRÔNICA PARA O PADRE TICÃO Hoje eu quero falar das coisas que não tive na infância: um pai, uma mãe, uma bicicleta... Tive muitos irmãos (de pais diferentes), que não sei onde vivem (se vivem!), nem eles sabem se ainda estou vivo, onde moro, mesmo porque eu não tenho morada. Não tive escola, digo nunca frequentei uma escola, o que sei aprendi aqui na rua, onde passo o tempo aprendendo. E aqui aprendi que a vida não é uma droga, como muitos pensam e se afundam no vício, nas
cordeiropoeta
19 de nov.2 min de leitura
SONHEI? NÃO SEI!
Li, não sei onde Que, não sei quem Não sei quando Leu meu poema Qual? Não sei. Mas... Gostou! Sonhei? Não sei! S. Paulo, 07/10/2025 www.cordeiropoeta.com.br
cordeiropoeta
4 de nov.1 min de leitura
OS CARBONÁRIOS
Na minha ITIÚBA, lá no meu Urubu e região todo mundo falava, que o menino do RAIMUNDO (No caso eu, o neto do MESTRE RAIMUNDO SOUZA), era sabido. Alarme falso. Sabia ler, escrever, algumas operações de aritmética, quantos ossos tinha o corpo humano, o nome de alguns filósofos gregos, quem descobriu o Brasil... mas não sabia que o Brasil estava coberto por um regime ditatorial, que eu estava crescendo sobre uma ditadura. Melhor eu nem sabia o que era ditadura, o que era regime,
cordeiropoeta
4 de nov.2 min de leitura
O PULSO AINDA PULSA
Nos meus vinte e poucos anos, contava os passos do lugar que estava até minha casa, pra me certificar se podia ir a pé, depois contava os passes que era preciso (nessa época, não tinha cartão de transporte, era passe, ou dinheiro), para pagar uma dose de cachaça, um espetinho de churrasco e uma latinha de cerveja (da mais barata). Beirando os 50, pagava às vezes até mais de 50 contos, pra numa churrascaria, comer carne à vontade. Mas não ficava à vontade, porque baixava a pre
cordeiropoeta
4 de nov.1 min de leitura


PRIMEIRO GOLE
Certa vez, eu ainda era cervejólatra, fui tomar uma cerveja com uma amiga, e no primeiro gole (Não aquele bar de Livramento de Nossa Senhora), como sempre faço, fiz aquele bochecho, típico de sommelier e ela falou: ETA, que o CORDEIRO, faz é lavar a boca com cerveja! Ao que eu respondi, claro! A minha boca feita por seu ADONIAS e D. BERNARDINA, foi projetada pra ser lavada com cerveja. Mas tem dias que falta grana, noutros falta tempo, aí sou obrigado a usar água. Mas tem que
cordeiropoeta
4 de nov.1 min de leitura


CARECENTES
Dá um dinheiro, moço Quero comprar um pouco de sol E no inverno custa tão caro Minhas economias são escassas Além do mais quero umas estrelas Que eu vi em promoção Dá moço, um trocado! Qualquer quantia serve Desde que dê pra comprar um sorriso E talvez um carinho de troco Eu sei que é pedir muito, até entendo Me contento então com seu sorriso O calor de sua mão como carinho Me aquecerá! Quanto às estrelas... depois desse gesto Certamente brilharão. Dá moço! S. Paulo,
cordeiropoeta
3 de nov.1 min de leitura


EPITÁFIO
EPITÁFIO Eu morri minha neta. Morri e nem vi O último capítulo da novela. Nem escrevi Aquele poema. Aquele que seria o último E que seria a minha obra prima Ah, fale aí pra minha prima, pra ela E para os outros que forem ao meu velório Que não chorem meu adeus, pois eu Só estou indo pra perto de DEUS. Onde um dia Ela estará. Ela, você e todos os meus E você minha neta, foi o meu maior bem O bem, que me prendeu à vida, que não Deixou os últimos dias da minha vida Serem sinis
cordeiropoeta
3 de nov.1 min de leitura


OVOS MEXIDOS
OVOS MEXIDOS Eu tinha entre 09 e 10 anos. E um dia, numa época de vacas magras, quando não se tinha mistura nas refeições, estava vindo da SERRA DOS MACACOS, faminto e não queria comer só feijão com farinha. Lembrei que D. Maria do Jovino, de vez em quando me dava um ovo, para a mistura do almoço. E descaradamente, pedi a ela um ovo, mas justamente nesse dia, o comprador já havia passado por lá e levado tudo. Desolado fui embora. Ao chegar em casa, nem a D. Maria Isabel, a vo
cordeiropoeta
23 de out.2 min de leitura


ESTAÇÃO DA SAUDADE
Às vezes a minha vontade é de me deixar Aqui nesta estação, aguardando o último trem Sem pressa de chegar em casa Pois minha casa sem você Eu preferia que não existisse Porque é triste chegar lá E não ter seu sorriso me esperando no portão Ah minha paixão, teu abraço no meio da noite Era o energético, para que no outro dia Sem enfado, eu enfrentasse o trem lotado O chefe mal humorado... tudo que não era Do meu agrado. Também não precisava Agradar a minha vaidade Mas hoje, nem
cordeiropoeta
23 de out.1 min de leitura


EDUCAR, EM VEZ DE EXECUTAR
Velho livro, velho amigo Hoje, a lida contigo, está difícil Nem te folhear, eu consigo Ler então... e justo hoje, dia do poeta Pois tá triste de mais sem meu sobrinho Que a "DONA JUSTA" matou Mas, DONA de que? JUSTA, em quê? DONA das suas armas: a violência! JUSTA, a seu modo, o modo mais fácil: Executar, em vez de educar! Só que isso, não consta nos livros Em nenhum! Talvez por isso Sou tão teu amigo! S. Paulo, 04/10/2018 www.cordeiropoeta.com.br
cordeiropoeta
23 de out.1 min de leitura


J D N (JUST DEPRESSED NARRATION)
Direi do amor, apenas que nunca tive Mas que tive tudo pra tê-lo Porém o meu pai Não morria de amores pelo pai dela E o pai dela queria me ver morto Eu nada sabia do amor (Ainda não sei) E no amor como se sabe, tem que ser sabido E assim, como num conto de fadas, às avessas Às vésperas de sermos felizes para sempre Para sempre ela fechou os olhos Eu fechei meus olhos e o coração Os olhos, de vez em quando, ainda abro O coração? Ela levou a chave S. Paulo, 24/01/200 www.cordei
cordeiropoeta
20 de out.1 min de leitura


CONTAGEM DAS NOTAS
Acontece cada uma com assalariado. Num final de mês, um calor daqueles, eu CERVEJÓLATRA que sou, sedento, estava louco pra tomar uma cerveja. Sem um centavo no bolso e nos bares onde tinha crédito, onde comprava fiado, o limite estava estourado, o que me restava era DEZ CONTOS, NA CONTA. DEZ PAUS, era o que tinha de saldo no banco. Aí, foi aquela peregrinação para encontrar um caixa eletrônico que dispusesse de cédulas de DEZ PAUS e isso, aumentava mais e mais a minha sede e
cordeiropoeta
20 de out.1 min de leitura


QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ
(POEMA PRA ROSE) A moça aí do pôster Já foi minha namorada Só que, não era ainda tão bonita Nem famosa. Também Não se chamava Clara Calava-se quando eu ria Da sua futura notoriedade Fui ficando desassossegado e só Ao saber que cada passo que Aproximava ela da fama, tinha poder De afastá-la de mim. Mais e mais Mas hoje, de bem com a saudade Saúdo-a no retrato e refaço minha vida Escrevendo versos. Que vem, de longe Salvar-me da senilidade S. Paulo, 30/01/1998
cordeiropoeta
20 de out.1 min de leitura


"REDE RASGADA"
A boca que cala, quando devia dizer: Cala a boca! Não foi sempre assim Já foi mais agressiva Em ITIÚBA, quando eu tinha na garganta Uma rede pedindo pra ser rasgada Não sofria essa dor, essa tensão Que tenho agora, que às vezes Trava os músculos. Agora "engulo cada sapo" Passo cada constrangimento Que só aguento porque sou sertanejo Logo, e "acima de tudo, um forte" Hoje, “bufando”, afundado nessa rede Com o fundo quase rasgado Me engasgo no veneno da vontade De mandar tanta
cordeiropoeta
20 de out.1 min de leitura


SOU MÉDICO, SÓ MEDICO
Eu sempre defendi, aplaudi, aplaudo, preso e admiro o bom profissionalismo. Particularmente não sou um bom profissional, mas, porque nem profissão eu tenho. Porém o que faço, procuro fazer bem feito. Com exceção dos poemas, contos, crônicas que eu escrevo, que não saem bem feitos (mas, é por incompetência mesmo). Mas outro dia saí revoltado com um profissional. Um médico. Fui para uma consulta de rotina, saber como estava o ácido úrico, triglicerídeos, colesterol... e de acor
cordeiropoeta
20 de out.1 min de leitura


TOLERÂNCIA ZERO 02
TOLERÂNCIA ZERO 02 Eu, dos sete aos doze anos, ganhei muito dinheiro. Quando eu digo muito dinheiro, devo dizer antes, que o equivalente a R$ 5,00 hoje, naquele tempo, para mim e para o meu poder aquisitivo, era muito dinheiro. Dava pra comprar muita bala, pirulito, chicletes... que era o sonho de consumo da molecada. Ah, já ia esquecendo, sabe com que eu ganhava “muito dinheiro”? Lendo e escrevendo cartas. Longas cartas de conterrâneos que tinham migrado para o Sul/Sudeste
cordeiropoeta
20 de out.2 min de leitura


ANTENA DE BARATA
Vovô, a vovó viu na sua venta Uma coisa que quando venta Deixa ela tão encafifada Pois não sabe do que se trata Se é antena de barata Ou outra coisa não identificada Mas lhe peço pra não ficar zangado E nem comigo se intrigar Pois não foi ideia minha, foi A mamãe, que me mandou falar S. Paulo, 20/08/2024 www.cordeiropoeta.com.br
cordeiropoeta
20 de out.1 min de leitura


HUMOR DO VOVÔ
HUMOR DO VOVÔ Às vezes nem é segunda-feira Mas o meu humor está tão ácido Que quem me conhece desvia Pra não ter que me cumprimentar Ou melhor, quem pensa que me conhece Porque quem me conhece de verdade Me saúda e pergunta: e a sua netinha? Pronto! Meu dia, qualquer que seja vira uma alegre sexta-feira S. Paulo, 09/10/2022 www.cordeiropoeta.com.br
cordeiropoeta
20 de out.1 min de leitura
CÉDULAS ANTIGAS
CÉDULAS ANTIGAS Cresci e envelheci, ouvindo as pessoas falando: QUANDO A MÃO ESTÁ COÇANDO, É DINHEIRO QUE ESTÁ CHEGANDO. Como disse envelheci, e que eu lembre, a mão nunca coçou. E, tampouco o dinheiro chegou! Nem pouco. Eu tenho o hábito de juntar cédulas antigas (poderia dizer que é HOBBY, mas prefiro falar hábito mesmo), porém como eu disse, apenas junto, mas é desordenadamente. Aí veio a pandemia e durante o LOCKDOWN, resolvi catalogar algumas, colocar em ordem, separar
cordeiropoeta
17 de out.1 min de leitura




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Remendo versos
Arremedo poetas...
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